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CAPOEIRA NÃO É DOUTORADO

QUEM JÉ FEZ JAMAIS ESQUECE

É UM JOGO HONRADO

DE PASTINHA E BIMBA OS MESTRES

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cronologia da capoeira no Brasil

Cronologia da capoeira no Brasil
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Tocador de berimbau, por Jean Baptiste Debret, 1826A capoeira sempre teve grande importância para a cultura brasileira por estar intimamente ligada ao seu passado de escravidão.

Abaixo segue a cronologia da capoeira no Brasil:

Índice [esconder]
1 Cronologia
1.1 1500 - 1700
1.2 1800
1.3 1900
2 Ver também
3 Notas e referências


[editar] Cronologia
[editar] 1500 - 1700
1548 - Inicia a imigração forçada de escravos africanos para o Brasil.
1577 - Primeiro registro do vocábulo Capoeira na língua portuguesa: Pe.Padre Fernão Cardim (SJ), na obra: "Do Clima e da Terra do Brasil". Conotação: vegetação secundária, roça abandonada.
1640 - Início das invasões holandesas. Desorganização social do litoral brasileiro. Evasão dos escravos africanos para o interior do Brasil. Aculturação afro-indígena. Organização de centenas de quilombos. Surgem as expressões: "negros das capoeiras", "negros capoeiras" e "capoeiras".
1712 – Primeiro registro escrito do termo capoeira, no Vocabulário Português e Latino, do Padre D. Rafael Bluteau, seu significado contudo não se refere à luta.
1770 - A mais antiga referência de capoeira enquanto forma de luta. "Segundo os melhores cronistas, data a capoeiragem é de 1770, quando para cá andou o Vice-Rei Marquês do Lavradio. Dizem eles também que o primeiro capoeira foi um tenente chamado João Moreira, homem rixento, motivo porque o povo o apelidava de 'amotinado'. Viam os negros escravos como o 'amotinado' se defendia quando eram atacados por quatro ou cinco homens, e aprenderam seus movimentos, aperfeiçando-os e desdobrando-os em outros e dando a cada um seu próprio nome"[1].
25 de abril de 1789 - Primeira menção da capoeira em registros policias na prisão de Adão, pardo, escravo, acusado de ser "capoeira"[2].
[editar] 1800
1809 – D. João VI criou a Guarda Real de Polícia, para seu chefe foi nomeado o major Nunes Vidigal. Perseguidor notório de capoeristas, o major Vidigal era por si só um exímio capoerista.
1813 – Antônio de Morais Silva acrescenta o termo capoeira no Diccionario da Língua Portugueza composto originalmente pelo Padre D. Rafael Bluteau.
1821 – Carta da Comissão Militar do Rio de Janeiro enviada para Carlos Frederico de Paula, Ministro da Guerra, requisitando o retorno dos castigos aos capoeiristas.
Decisão de 31 de outubro: determinou sobre a execução de castigos corporais em praças públicas a todos os negros chamados capoeiras.
Decisão de 5 de novembro: determinou providências que deveriam ser tomadas contra os negros capoeiras na cidade do Rio de Janeiro.
1822 - Decisão de 6 de janeiro: mandava castigar com açoites os escravos capoeiras presos em flagrante delito.
1824 - Decisão de 28 de maio: dava providências sobre os negros denominados capoeiras.
Decisão de 14 de agosto: mandava empregar nas obras do dique os negros capoeiras presos em desordem, cessando as penas de açoites.
Decisão de 13 de setembro: declara que a portaria de número 30 do mês de agosto compreende somente escravos capoeiras.
Decisão de 9 de outubro: declara que os escravos presos por capoeiras devem sofrer, além da pena de três meses de trabalho, o castigo de duzentos açoites.
1826 - O artista francês Jean Baptiste Debret retrata um tocador de berimbau em "Joueur d'Uruncungo".
1828 – O capoeiras sempre tidos como marginais e desordeiros ajudando a conter a Revolta dos Mercenários.
1831 - Decisão de 27 de julho: manda que a junta policial proponha medidas para a captura e punição dos capoeiras e malfeitores.
1832 - Postura de 17 de novembro: proibia o Jogo da Capoeira: "...trazem oculto em um pequeno pau escondido entre a manga da jaqueta ou perna da calça uma espécie de punhal..."..."tomam providências contra todo e qualquer ajuntamento junto às fontes, onde provocavam arruaças e brigas; próximo a Igreja do Rosário, no Largo da Misericórdia, onde à noite as mulheres de reuniam...".
1834- Decisão de 17 de abril: solicita providências a respeito dos operários do arsenal de marinha que se tornarem suspeitos de andar armados (fez referência a uma acusação de assassinato feita contra um negro, e mencionou que já haviam sido dadas ordens ao chefe de polí­cia sobre os capoeiras).
Decisão de 17 de abril: dá providências a respeito dos pretos que depois do anoitecer forem encontrados com armas ou em desordens.
Postura de 13 de dezembro: dá mais providências contra os capoeiras.
1835 – Pela primeira vez é retratado o jogo de capoeira pelo alemão Johann Moritz Rugendas no livro Voyage Pittoresque dans le Brésil com as gravuras "JOGAR CAPOEIRA ou Danse de la guerre" e "SAN SALVADOR".
13 de maio de 1888 - A Princesa Isabel decreta a Lei Áurea abolindo a escravatura no Brasil.
Surge o primeiro livro sobre a Capoeira: o romance "Os Capoeiras", de Plácido de Abreu, onde aparece a primeira nomenclatura de movimentos.
1889 - Proclamação da República. Deportação dos capoeiras considerados criminosos para o Arquipélago de Fernando de Noronha. Nasce a proposta da Ginástica Nacional, como instrumento de Educação Fí­sica, a partir do reaproveitamento dos movimentos da Capoeira. Esta forma desportiva foi liberada pela polí­cia.
1890 - Decreto nº 847 de 11 de outubro de 1890. Introdução da Capoeira no Código Penal da República, no Capí­tulo XIII "Dos Vadios e Capoeiras" em seus artigos 402, 403 e 404. Continuidade ao processo de prisão e deportação dos capoeiristas criminosos para o Presí­dio de Fernando de Noronha e para a Colônia Correcional de Dois Rios na Ilha Grande.
Apesar dos capoeristas terem um papel heróico na Revolta dos Mercenários e na Guerra do Paraguai, o Governo Republicano instaurado em 1889 continuou a política de repressão à Capoeira do período Imperal, e em 1890 editou um decreto criminalizando a prática da Capoeira.
[editar] 1900
1904 - Luta do capoeirista Cirí­aco, contra o lutador de Jiu-jitsu Sada Miako. Este evento ocorreu através de alvará autorizado pela polí­cia, dentro do contexto da Luta Brasileira.
1907 - Edição do livreto apócrifo: Guia do Capoeira ou Gymnástica Brasileira. Nele as iniciais "O.D.C." que significam: ofereço, dedico e consagro.
1928 - Surge no Rio de Janeiro o primeiro Código Desportivo de Capoeira sobre o nome de Gymnástica Nacional (Capoeiragem) Methodizada e Regrada. Este trabalho, de autoria de Aníbal Burlamaqui (Zuma), trouxe uma nomenclatura ilustrada de golpes e contragolpes, área de competição, regulamento de competição, critérios de formação de árbitros, fundamentos históricos, uniformes e outras informações.
1932 - Mestre Bimba funda a primeira academia oficial de capoeira.
1933 - Fundação em 5 de novembro, por intervenção de Aníbal Burlamaqui do Departamento de Luta Brasileira (Capoeiragem) da Federação Carioca de Boxe.
1936 - Em 13 de março o jornal a Gazeta da Bahia trouxe um depoimento de Manuel dos Reis Machado (Mestre Bimba) afirmando que "a polí­cia regulamentará estas exibiçoes de capoeiras de acordo com a obra de Aníbal Burlamaqui (Zuma) editada em 1928".
Fundação do Departamento de Luta Brasileira (Capoeiragem) da Federação Paulista de Pugilismo, em 4 de novembro, por influência da Aníbal Burlamaqui.
1937 - Mestre Bimba funda o Centro de Cultura Fí­sica e Luta Regional, através do Alvará n° 111, da Secretaria da Educação, Saúde e Assistência de Salvador. Enfocando seu trabalho no campo esportivo, obtém aceitação social, passando a ensinar para as elites econômicas, polí­ticas, militares e universitárias.
1940 - Decreto 2848. Instituiu o novo Código Penal Brasileiro. No mesmo não é citada a Capoeira. A partir desta data o uso da palavra "Capoeira" foi liberado.
1941 - Decreto 3.199 assinado pelo presidente Getúlio Vargas, o qual estabeleceu as bases da organização dos desportos no Brasil. Através do mesmo foi constituí­da a Confederção Brasileira de Pugilismo que já na fundação teve o Departamento Nacional de Luta Brasileira (Capoeiragem), que foi o embrião da Confederação Brasileira de Capoeira. Este foi o primeiro reconhecimento desportivo oficial da modalidade.
Mestre Pastinha funda a primeira academia oficial de Angola.
1945 - Dando prosseguimento ao Projeto da Ginástica Nacional, o Prof. Inezil Penna Marinho publica o livro: Subsí­dios para o Estudo da Metodologia do Treinamento da Capoeiragem. Esta obra também foi inspirada em Aníbal Burlamaqui.
1949 - Mestre Bimba leva alguns alunos a São Paulo para competir com outras lutas. Na década de 1950, Mestre Bimba viajou vários estados apresentando a capoeira. Começa a expansão da capoeira baiana pelo território brasileiro.
1952 - Fundação do Centro Esportivo Capoeira Angola, em Salvador, celebrizado por ter à frente o Mestre Vicente Ferreira Pastinha. Seu enfoque é eminentemente esportivo e civilizador da Capoeira.
1953 - O Conselho Nacional de Desportos expede a Resolução 071, estabelecendo critérios para a prática desportiva da Capoeira. Este foi o segundo reconhecimento desportivo oficial.
Em Salvador, Mestre Bimba e seu alunos se apresentam no Palácio do Governo para o governador da Bahia Juracy Magalhães e o presidente da República Getúlio Vargas. Getúlio teria dito então: "a única colaboração autenticamente brasileira à educação física, devendo ser considerada a nossa luta nacional".
1966 - Participação dos representantes da chamada Capoeira Angola, sob a liderança de Mestre Pastinha, no Primeiro Festival de Artes Negras de Dakar. A capoeira começa a expandir para o mundo. A delegação brasileira volta do Senegal afirmando que não existia Capoeira na África. Passam então a reivindicar uma posição nacional, afirmando que a "Capoeira Angola" é a verdadeira Luta Brasileira.
1967 - A Força Aérea Brasileira organizou o Primeiro Congresso Nacional de Capoeira.
1969 - A Força Aérea Brasileira organizou o Segundo Congresso Nacional de Capoeira.
1972 - Terceiro reconhecimento oficial da Capoeira como uma modalidade desportiva, por ato do Conselho Nacional de Desportos. Inicia-se a fundação das Federações Estaduais de Capoeira, sob a jurisdição do Departamento Nacional de Capoeira da Confederação Brasileira de Pugilismo.
1974 - Mestre Bimba morre, no dia 5 de fevereiro, em Goiânia.
1974 - Em 14 de julho de 1974 os Senhores Comendador Airton Neves Moura (in memorian), Mestre Mello (in memorian), Profº Mestre Gladson de Oliveira Silva, Mestre Edson Luiz Polim, Mestre Djamir Pinatti e Mestre Jose Andrade fundão a Federação Paulista de Capoeira também denominada F.P.C. e ligada à Confederação Brasileira de Pugilismo, sendo a primeira no mundo, e tendo como atual Presidente o Prof° Mestre Hermes Soares dos Santos.
1975 - Realizacão do Primeiro Campeonato Brasileiro de Capoeira por intermédio da Federação Paulista de Capoeira.
1981 - O professor Inezil Pena Marinho apresenta o Projeto Técnico-Cientí­fico da Ginástica Brasileira, inspirada na Capoeira, ao Congresso Mundial da Associação Internacional de Escolas Superiores de Educação Física.
Mestre Pastinha morre, em 13 de novembro.
1982 - Realizacão do Primeiro Campeonato Mundial São Paulo X EUA por intermédio da Federação Paulista de Capoeira.
1985 - Realizacão do Primeiro Festival Folclórico Brasileiro De Capoeira por intermédio da Federação Paulista de Capoeira.
1992 - Fundação da Confederação Brasileira de Capoeira através do desmembramento do Departamento Nacional de Luta Brasileira (Capoeira) da Confederção Brasileira de Pugilismo.
1993 - Realização do Primeiro Congresso Técnico Nacional de Capoeira, ocorrido na cidade de Guarulhos - SP. Objetivo: padronização de procedimentos técnicos, culturais, desportivos e administrativos.
Primeiro Seminário Técnico de Elaboração do Regulamento Nacional de Capoeira, ocorrido, na cidade de Salvador.
1995 - Reconhecimento da Capoeira e vinculação da Confederação Brasileira de Capoeira ao Comitê Olímpico Brasileiro.
1997 - Homologação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da Capoeira pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Organização do Segundo Congresso Técnico Nacional de Capoeira. Avanço nas padronizações técnicas e desportivas.
1999 - Realização do Terceiro Congresso Técnico Nacional e Primeiro Congresso Técnico Internacional de Capoeira, na cidade de São Paulo. Aprofundamento das padronizações técnicas e difusão para o exterior.
Fundação da Federação Internacional de Capoeira, em São Paulo.
Fundação da Associação Brasileira de Árbitros de Capoeira, em São Paulo.
2000 - Fundação da Associação Brasileira de Capoeira Especial e Adaptada para a divulgação e prática da capoeira entre portadores de deficiências.

BESOURO MANGANGÁ

Manuel Henrique Pereira (1895 — 1924), conhecido como Besouro Mangangá ou Besouro Cordão de Ouro foi um lendário capoeirista da região de Santo Amaro da Purificação, na Bahia.

Índice [esconder]
1 História
2 Cadê o Besouro
3 Filme
4 Ligações externas


[editar] História
Muitos e grandiosos feitos lhe são atribuídos. Diziam que não gostava da polícia (que diversas vezes frustou-se ao tentar prendê-lo), que tinha o "corpo fechado" e que balas e punhais não podiam feri-lo. Certa época, quando Besouro trabalhou numa usina, por não receber o ordenado, segurou o patrão pelo cavanhaque e o obrigou a pagar o que lhe devia.

As circunstâncias de sua morte são contraditórias. Há versões que afirmam que Besouro morreu em um confronto com a polícia; outras, que foi traído, com um ataque de faca pelas costas. Esta última é muito cantada e transmitida oralmente na capoeira. Um fazendeiro, conhecido por Dr. Zeca, após seu filho Memeu apanhar de Besouro, armou uma cilada, mandando-o entregar um bilhete a um amigo que administrava a fazenda Maracangalha. Tal bilhete pedia para que seu portador fosse morto. Besouro, analfabeto, não pôde ler que aquele bilhete era endereçado ao seu assassino e que esclarecia que o portador era a vítima, ou seja, ele próprio. Assim, no dia seguinte, ao voltar para saber a resposta, 40 soldados o estavam esperando. Um homem conhecido por Eusébio de Quibaca acertou-lhe nas costa uma faca de tucum (ou ticum), um tipo de madeira, tida como a única arma capaz de matar um homem de Corpo Fechado.

Besouro Mangangá Manoel Henrique (1897- 1920), Besouro Mangangá ou Besouro Cordão de Ouro foi um lendário capoeirista de Santo Amaro, Bahia. Muitos e grandiosos feitos lhe são atribuídos. Diziam que ele tinha o "corpo fechado", que balas punhais não podiam feri-lo. Porém, mesmo as circunstâncias de sua morte são contraditórias. Há versões de que foi num confronto com a polícia, e outras que foi na "trairagem", num ataque de faca pelas costas.

A palavras capoeirista assombrava homens e mulheres, mas o velho escravo Tio Alípio nutria grande admiração pelo filho de João Grosso e Maria Haifa. Era o menino Manoel Henrique que, desde cedo aprendeu, com o Mestre Alípio, os segredos da Capoeira na Rua do Trapiche de Baixo, em Santo Amaro da Purificação, sendo batizado com Besouro Mangangá por causa da sua flexibilidade e facilidade de desaparecer quando a hora era para tal.

Era um negro forte e de espírito aventureiro, nunca trabalhou em um lugar fixo nem teve uma profissão definida.

[editar] Cadê o Besouro
Canção muito conhecida na capoeira

Besouro Mangangá era homem de corpo fechado
Bala não matava e navalha não lhe feria
Sentado ao pé da cruz enquanto a polícia o seguia

Desapareceu enquanto o tenente dizia

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro
Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro

Besouro era um homem que admirava a valentia

Não aceitava a covardia Maldade não admitia

Com a traição quebrou-se a feitiçaria

Mas a reza forte só Besouro quem sabia

Cadê o Besouro Cadê o Besouro

Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro

Atrás de Besouro, o tenente mandou a cavalaria

No estado da Bahia

E Besouro não sabia

Já de corpo aberto,

Fez sua feitiçaria

Cada golpe de Besouro Era um homem que caia

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro Chamado Cordão de Ouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro

Cadê o Besouro

Chamado Cordão de Ouro

BIMBA

Manoel dos Reis Machado, também conhecido como Mestre Bimba (Salvador, 23 de Novembro de 1899 - Goiânia, 15 de Fevereiro de 1974) criou a capoeira regional ao perceber que a capoeira perdera seu valor marcial e estava se tornando apenas uma dança folclórica. Mestre Bimba tinha o intuito de criar não apenas uma luta, mas também um estilo de vida. Praticantes dessa arte se denominaram "capoeira". Além disso, Mestre Bimba também criou uma variação da capoeira regional, a Benguela.

Bimba empunhava regras para os praticantes da capoeira regional, sendo elas:

- Não beber e não fumar. Pois os mesmos alteravam o desempenho e a consciência do capoeira.

- Evitar demonstrações de todas as técnicas, pois a surpresa é a principal arma dessa arte.

- Praticar os fundamentos todos os dias.

- Não dispersar durante as aulas.

- Manter o corpo relaxado e o mais próximo do seu adversário possível, pois dessa forma o capoeira desenvolveria mais.

- Sempre ter boas notas na escola.

No vídeo de B. M. Farias "Relíquias da Capoeira - Depoimento do Mestre Bimba", o próprio Manuel comenta sobre os motivos que o fizeram se mudar para Goiânia. Depois, em uma reunião de especialistas em capoeira no Rio de Janeiro, explica-se mais sobre o nome do esporte, sobre a criação da capoeira de Angola e sobre esse lendário personagem chamado Mestre Bimba. [1]

PASTINHA

Vicente Ferreira Pastinha (Salvador, 5 de abril de 1889 — Salvador, 13 de novembro de 1981), foi um dos principais mestres de Capoeira da história.

Mais conhecido por Mestre Pastinha, nascido em 1889 dizia não ter aprendido a Capoeira em escola, mas "com a sorte". Afinal, foi o destino o responsável pela iniciação do pequeno Pastinha no jogo, ainda garoto. Em depoimento prestado no ano de 1967, no 'Museu da Imagem e do Som', Mestre Pastinha relatou a história da sua vida: "Quando eu tinha uns dez anos - eu era franzininho - um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para a rua - ir na venda fazer compra, por exemplo - e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar escondido de vergonha e de tristeza." A vida iria dar ao moleque Pastinha a oportunidade de um aprendizado que marcaria todos os anos da sua longa existência.

"Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e eu fui". Começou então a formação do mestre que dedicaria sua vida à transferência do legado da Cultura Africana a muitas gerações. Segundo ele, a partir deste momento, o aprendizado se dava a cada dia, até que aprendeu tudo. Além das técnicas, muito mais lhe foi ensinado por Benedito, o africano seu professor. "Ele costumava dizer: não provoque, menino, vai botando devagarinho ele sabedor do que você sabe (…). Na última vez que o menino me atacou fiz ele sabedor com um só golpe do que eu era capaz. E acabou-se meu rival, o menino ficou até meu amigo de admiração e respeito."

Foi na atividade do ensino da Capoeira que Pastinha se distinguiu. Ao longo dos anos, a competência maior foi demonstrada no seu talento como pensador sobre o jogo da Capoeira e na capacidade de comunicar-se. Os conceitos do mestre Pastinha formaram seguidores em todo Brasil. A originalidade do método de ensino, a prática do jogo enquanto expressão artística formaram uma escola que privilegia o trabalho físico e mental para que o talento se expanda em criatividade. Foi o maior propagador da Capoeira Angola, modalidade "tradicional" do esporte no Brasil.

Em 1941, fundou a primeira escola de capoeira legalizada pelo governo baiano, o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), no Largo do Pelourinho, na Bahia. Hoje, o local que era a sede de sua academia é um restaurante do Senai.

Em 1966, integrou a comitiva brasileira ao primeiro Festival Mundial de Arte Negra no Senegal, e foi um dos destaques do evento. Contra a violência, o Mestre Pastinha transformou a capoeira em arte. Em 1965, publicou o livro Capoeira Angola, em que defendia a natureza desportista e não-violenta do jogo.

Entre seus alunos estão Mestres como João Grande, João Pequeno, Curió, Bola Sete (Presidente da Associação Brasileira de Capoeira Angola), entre muitos outros que ainda estão em plena atividade. Sua escola ganhou notoriedade com o tempo, frequentada por personalidades como Jorge Amado, Mário Cravo e Carybé, cantada por Caetano Veloso no disco Transa (1972). Apesar da fama, o "velho Mestre" terminou seus dias esquecido. Expulso do Pelourinho em 1973 pela prefeitura, sofreu dois derrames seguidos, que o deixaram cego e indefeso. Morreu aos 93 anos.

Vicente Ferreira Pastinha morreu no ano de 1981. Durante décadas dedicou-se ao ensino da Capoeira. Mesmo completamente cego, não deixava seus discípulos. E continua vivo nos capoeiras, nas rodas, nas cantigas, no jogo. "Tudo o que eu penso da Capoeira, um dia escrevi naquele quadro que está na porta da Academia. Em cima, só estas três palavras: Angola, capoeira, mãe. E embaixo, o pensamento:

"Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista."

sábado, 2 de janeiro de 2010

CAPOEIRA ANGOLA

A Origem da Capoeira Angola

A Resistência
Nenhum povo vive eternamente sob o jogo da escravidão sem se revoltar. Com o negro no Brasil não foi diferente. Suas primeiras reações contra o cativeiro, foram as fugas e as revoltas individuais e desorganizadas.

Com o tempo, sentindo a necessidade de se organizar contra o opressor, passaram então, a planejar as fugas e a pensar nas formas de luta, que travaria para se libertar, entendendo que precisava, de refugios seguro e longe das fazendas, da política e dos capangas do branco escravocrata.


O Corpo como Arma
Para realizar as fugas, o negro entendeu que precisava lutar. Não tinha acesso a armas nem a qualquer outro recurso de guerra. Tinha apenas seu corpo e a vontade férrea de se ver em liberdade. Havia trazido da Africa lembranças de jogos e da "danca das zebras" "O N'golo", disputa festiva pelo amor e o casamento com uma mulher.


O próprio trabalho pesado, dotava-lhe força e músculos. Era preciso então, juntar e concentrar essa agilidade e força para lutar. A observação de alguns animais brasileiros, particulamente o largato, a cobra e a onça, que atacam e defendem-se com esperteza, ajudou na formação de um comjunto de movimentos que reunidos somavam, agilidade, técnica e força. Começando asim, a ser ensaiados inicialmente, as rasteiras, os pulos, as cabeçadas, que iriam se desenvolver muito mais, posteriormente.

O Nome
Tornou-se necessário praticar, treinar e organizar os movimentos conhecidos em forma de luta. Para isso, era nescessário afastar-se das vistas dos feitores e guardas. Mas uma veiz, o negro encontrou na Natureza, esse apoio. Entrava nos matos próximos às senzalas para se esconder e preparar-se para luta. Escolhia então, o mato rasteiro, com poucas árvores, e de ramagem baixa.
Essa vegetação leva o nome indígena de "capoeira", ficando assim este termo, à desiganar tanbém a forma de lutar, de adestrar o corpo, ultilizada pelo negro, para enfrentar seus opressores; A Capoeira.

A Arte - a Dança - a Música
Nem sempre era possível se afastar para o mato para ensaiar a luta. Mas o negro, nunca deixou de praticar sua cultura. Era comum, durante a escravidão, juntar-se homens e mulheres ,para a cantoria, a dança e mesmo, para o culto aos Orixás, que também são saudados com rítmo e cantos. Como a Capoeira nasceu de um conjugado de movimentos dançados, os encontros festivos ou místicos, passaram também a ser, mais uma oportunidade para sua prática. Assim, a Capoeira ganhou o acompanhamento de cantos e rítmos, que acabaram incorporados a ela, pois os negros já conheciam, o berimbau, o atabaque e o agogô.


O Berimbau
Esse ficou como símbolo da Capoeira, já que o atabaque e o agogô integravam a mitologia africana, chegando até mesmo, no caso do atabaque, a ser reverenciado como uma divindade. Assim o berimbau ficou considerado, mestre na Capoeira, ganhando a função de comandar o jogo da Capoeira.

Dificilmente naquele tempo, quando os feitores e capitães do mato passavam ao lado da Capoeira, compreenderiam que aqueles movimentos executados com a leveza dos felinos e com a plástica dos bailarinos, pudessem trazer no seu conjunto, poderosos golpes desequilibrantes e traumatizantes, tão rápidos como um bóte de uma cascavél. Então esses homens, acreditavam ser essa, "a Capoeira", apenas um encontro para a dança de Angola, que recebeu esse nome, em função da Nação que mais cedeu negros para o tráfico de escravos. Nascendo assim o nome: Capoeira Angola.

As Fugas e os Quilombos
Mas a escravidão continuava. O sangue do negro molhava as terras do Brasil, ao mesmo tempo em que, sua força-de-trabalho, movia a econômia da então colônia portuguesa. Mas, os negros, não aceitavam a condição de escravos, nem os métodos desumanos utilizados pelos seus patrões e amos. Lutavam, fugiam, procuravam ganhar força, junto a outros setores da comunidade, sensibilizando os chamados abolicionistas.


Em suas fugas pelo mato, procuravam um lugar, aonde houvesse água boa e terra generosa, e que fosse de difícil acesso, aos chamados capitães do mato; homens encarregados de recapturar os negros fugidos. Essas localidades, ficaram conhecidas como "Quilombos", e seus moradores "os Quilombolas". O mais importante e mais famoso da história do Brasil foi, o Quilombo dos Palmares, onde está situado o atual Estado de Alagoas.


A Proibição
Perseguida a férro e fogo durante a escravidão, a Capoeira continuou sendo alvo dos poderosos, mesmo após a abolição da escravatura. Agora, era com leis, que lhe tentava dar um fim. O código penal de 1890, criado e imposto durante o governo de Teodóro da Fonseca, proibiu a prática da Capoeira em todo território nacional.

Na perseguição oficial , somava-se também, o ódio de alguns chefes de polícia , que tentavam exterminar a Capoeira, por perceberem a sua força. O motivo? Aquilo que sua essência traz: A liberdade. E foi em nome dessa liberdade, que agora não só para os negros, mas para a Capoeira como um todo, que a luta continuou e continua até os dias atuais

MANDUCA DA PRAIA

Mandinguero era Manduca da praia



lê , lê , lê , lê , lê , lê , lê , lê , lá , lá , lá
lê , lê , lê , lê , lê , lê , lê , lê , lá , lá , lá


Mandigueiro era Manduca da Praia ( mandingueiro )
Mandigueiro era Manduca da Praia


Começou sua carreira là no Lavadrinho dento de um currau
Com todos diabinhos homens de negócio
da frequesia de Sâo José , tinha uma banca
uma banca de peixe lá no mercado perto do seu zé
Manduca da praia era um homem brigão
um pardo claro um Valantão
feriu muita gente leve e gravemente e
todas as Vezes ele se salvou ( mandingueiro )
Mandigueiro era Manduca da Praia


de andar compassado , olhar confiado caus va temor (mandingueiro)
Mandigueiro era Manduca da Praia


nas eleições de São José ouviu-se gritos e correrias
Manduca na briga com “cinco” Romeiros armados de pau
deu cabeçada gingou deu armada levou uma paulada se desnostreou
desceu na rasteira subiu na ponteira saiu vencedor ( mandingueiro )
Mandigueiro era Manduca da Praia


gesto compra samba de todos processos ele se safou ( mandingueiro )
Mandigueiro era Manduca da Praia


Cidade nova no rio de Janeiro chegou um homem de portugal
um deputado chamado Santana invencivel brigão trocador de pau
prcorou o Manduca o desfiou , Manduca é claro que açeitou
no final desse ponto com muito desconto fiquei sabendo Manduca gahou (mandingueiro)
Mandigueiro era Manduca da Praia


Mandigueiro era Manduca da Praia ( mandingueiro )
Mandigueiro da Manduca da Praia
CRÉDITO http://members.fortunecity.com/vubcapoeira/id129.htm

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

HISTÓRIA BÁSICA DA CAPOEIRA


















Raízes africanas

A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão-de-obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na África, faziam muitas danças ao som de músicas.
No Brasil
Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta. Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro. Três estilos da capoeira
A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.


E TAMBÉM POSSUI ESTA DO WIKIPÉDIA


A capoeira é uma expressão cultural afro-brasileira que mistura luta, dança, cultura popular, músicaesporte, artes marcais e talvez até brincadeira. Desenvolvida no Brasil por escravos africanos e seus descendentes, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando os pés, as mãos, a cabeça, os joelhos, cotovelos, elementos ginástico-acrobáticos, e golpes desferidos com bastões e facões, estes últimos provenientes do Maculelê. Uma característica que a distingue da maioria das outras artes marciais é o fato de ser acompanhada por música.
Acredita-se que a palavra capoeira seja originária do tupi e refira-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil. Foi sugerido que a capoeira obteve o nome a partir dos locais que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata. Há porém, uma enorme polêmica acerca da origem etimológica do termo. Existe a teoria de base lusófona na explicação de alguns etimólogos como sendo originária do português "capo", uma vez que, o jogo dançante era praticado por escravos de ganho, vendedores de aves, que assentavam ao chão as gaiolas de seus capos, antes da prática. No entanto, muitos especialista consideram a teoria um tanto simplista e artigos acadêmicos que questionam o rigor científico dos estudos sobre a capoeira podem ser encontrados na web. As teorias indígenas apontam tanto o tupi quanto o guarani nos termos kapwera ou tupwera, relacionando-a à vegetação debastada pela prática. [1] Internacionalmente, os dicionários etimológicos acompanham a controvérsia, ora apresentando o vocábulo capoeira como oriundo do quicongo "kipura" sofrendo influência latina para cap, ora apresentando o português antigo "capon", frango ou galo jovem castrado, ave esta vendida em gaiolas pelos escravos de ganho praticantes da capoeira.

História
Ver artigo principal: Cronologia da capoeira no Brasil

Jogar Capoeira ou Danse de la guerre de Johann Moritz Rugendas, 1835
Desde o século XVI, Portugal enviou escravos para o Brasil, provenientes da África Ocidental. O Brasil foi o maior receptor da migração de escravos, com 42% de todos os escravos enviados através do Oceano Atlântico. Os seguintes povos foram os que mais frequentemente eram vendidos no Brasil: grupo sudanês, composto principalmente pelos povos Iorubá e Daomé, o grupo guineo-sudanês dos povos Malesi e Hausa, e o grupo banto (incluindo os kongos, os Kimbundos e os Kasanjes) de Angola, Congo e Moçambique.
Os negros trouxeram consigo para o Novo Mundo as suas tradições culturais e religião. A homogeneização dos povos africanos e seus descendentes no Brasil sob a opressão da escravatura foi o catalisador da capoeira. A capoeira foi desenvolvida pelos escravos do Brasil, como forma de elevar o seu moral, transmitir a sua cultura e principalmente como forma de resistir aos seus escravizadores. Geralmente era praticada nas capoeiras e, à noite, nas senzalas onde os escravos ficavam acorrentados pelos braços. O que explicaria o fato de a maioria dos golpes serem desferidos com os pés. Foi também muito praticada nos quilombos, onde os escravos fugitivos tinham liberdade para expressar sua cultura. Há relatos de historiadores de que Zumbi dos Palmares e seus quilombolas comandados só conseguiram defender o Quilombo dos Palmares dos ataques das tropas coloniais porque eram exímios capoeiristas. Mesmo possuindo material bélico muito aquém dos utilizados pelas tropas coloniais e geralmente combatendo em menor número, resistiram a pelo menos vinte e quatro ataques de grupos com até três mil integrantes comandados por capitães-do-mato. Foram necessários dezoito grandes ataques de tropas militares ao Quilombo dos Palmares para derrotar os quilombolas. Soldados de Portugal relatavam ser necessário mais de um dragão (militar) para capturar um quilombola porque se defendiam com estranha técnica de ginga, pernas, cabeça e braços. Muitos comandantes de tropa portugueses e até um governador-geral consideraram ser mais difícil derrotar os quilombolas do que os holandeses. Há registros da prática da capoeira nos séculos XVIII e XIX nas cidades de Salvador, Rio de Janeiro e Recife, porém durante anos a capoeira foi considerada subversiva, sendo sua prática proibida e duramente reprimida. Devido a essa repressão, a capoeira praticamente se extinguiu no Rio de Janeiro, onde os grupos de capoeiristas eram conhecidos como maltas, e em Recife, onde segundo alguns a capoeira deu origem à dança do frevo, conhecida como o passo.
Em 1932, Mestre Bimba fundou a primeira academia de capoeira do Brasil em Salvador. Mestre Bimba acrescentou movimentos de outras artes marciais e desenvolveu um treinamento sistemático para a capoeira, estilo este que passou a ser conhecido como Regional. Em contraponto, Mestre Pastinha pregava a tradição da capoeira com um jogo matreiro, de disfarce e ludibriação, estilo que passou a ser conhecido como Angola. Da dedicação desses dois grandes mestres, a capoeira deixou de ser marginalizada e se espalhou da Bahia para todos os estados brasileiros.
No vídeo de B. M. Farias "Relíquias da Capoeira - Depoimento do Mestre Bimba", o próprio Manuel dos Reis Machado, criador da capoeira de regional, comenta sobre os motivos que o fizeram se mudar para Goiânia. Depois, em uma reunião de especialistas em capoeira no Rio de Janeiro, explica-se mais sobre o nome do esporte, a criação da capoeira de Angola e esse lendário personagem chamado Mestre Bimba. A palavra capoeira quer dizer:Capo:mato Eira:cortado[3]
A capoeira já foi motivo de grande controvérsia entre os estudiosos de sua história, sobretudo no que se refere ao período compreendido entre o seu surgimento – supostamente no século XVII, quando ocorreram os primeiros movimentos escravos de fuga e rebeldia – e o século XIX, quando aparecem os primeiros registros confiáveis, com descrições detalhadas sobre sua prática.[carece de fontes?]
[editar] Capoeiristas históricos
Besouro Mangangá capoeirista baiano do século XIX, imortalizado nas músicas da capoeira.
Manduca da Praia temido capoeirista no Rio de Janeiro do século XIX.
Madame Satã polêmico capoeirista do Rio de Janeiro do século XX, sua vida foi retratada em filme.
Mestre Waldemar foi alvo de vários estudos acadêmicos na década de 1950 e inventor das ladainhas.
[editar] Capoeira fora do Brasil
Capoeira está crescendo no mundo inteiro. Houve comparações feitas entre a forma de arte americana do Afro-Norte dos azuis e da capoeira. Ambos foram praticados e desenvolvidos por escravos Africanos, com qualidades culturais africanas; ambos se desenvolveram e promoveram um sentido profundo do orgulho Afrocentric.“Artur Emídio foi provalvelmente o primeiro capoeirista a executar uma performace no exterior; ” nos anos 50s e 60s ele foi a Argentina, a México, aos E.U., e a Europa. Grupos tais como Brasil tropical, dirigido por Domingos Campos e M. Camisa Roxa, Europa excursionada nos anos 70 a dança Brasil de Jelon Vieira, fundado em New York City em 1977, fez grande parte na influencia em capoeira entre audiências americanas.Os mestres de capoeira dos meados dos anos 70, começaram a emigrar e ensinar o capoeira nos Estados Unidos e em outros países. Neste tempo a capoeira no Brasil era praticada ainda primeiramente entre o mais pobre e mais negro dos brasileiros. Com sua imigração aos USA, entretanto, muito do estigma com que foi associado historicamente no Brasil, foi invertido.Hoje há muitas escolas de capoeira pelo mundo inteiro. A capoeira está ganhando terreno no Japão, Europa, e por todo os Estados Unidos. Com sua popularidade atraíram estudantes multiculturais, multiracial. Capoeira ganhou tambem a popularidade entre não-Brasileiros e não-Africanos em seus movimentos.No Estados Unidos, Califórnia, temos Mestre Penteado, um dos mestres mais profissionais da capoeira no mundo. Seu metodo de ensino da capoeira e um dos mais tecnicos e modernos da atualidade. Mestre Penteado treina capoeira por 28 anos. Foi campeao brasileiro de capoeira, tres vezes consecutivas, de 1999 a 2001 (JEB Jogos Estudantis Brasileiro). Aluno do Mestre Suassuna, Mestre Penteado faz parte do grupo "Cordao de Ouro" que é um dos maiores grupos de capoeira no mundo. Mestre Penteado e tambem mestrado em Educacao Fisica.
[editar] Capoeira Angola
Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha) fundou a primeira escola de capoeira legalizada pelo governo baiano.
Certidão de nascimento de Mestre Pastinha
Mestre João Pequeno: aluno de Pastinha, é o mais velho e importante mestre da Capoeira Angola em atividade.
Mestre João Grande: aluno de mestre Pastinha, é um dos mais importantes mestres de Angola vivos e comanda hoje sua importante academia na cidade de Nova York. Mestres
Vicente Ferreira Pastinha (1889-1982) - Mestre Pastinha, "mestre da Capoeira de Angola e da cordialidade baiana, ser de alta civilização, homem do povo com toda a sua picardia, é um dos seus ilustres, um de seus obás, de seus chefes. É o primeiro em sua arte; senhor da agilidade e da coragem..." Jorge Amado. Baiano de Salvador, do Pelourinho, Pastinha foi o grande mestre da Capoeira Angola, aperfeiçoando a arte centenária dos escravos. Ele organizou uma escola, estabeleceu um método de ensino com base nas antigas tradições e ainda escreveu o primeiro livro do gênero, onde expõe a sua concepção filosófica. Foi com o Mestre Pastinha que foram instituidas as cores amarelo e preto para o uniforme dos angoleiros e a constituição da bateria composta por três berimbaus, dois pandeiros, um atabaque, um reco-reco e um agogô. "Capoeira é tudo o que a boca come", dizia ele na sua singular filosofia. Formou capoeiristas como João Grande, João Pequeno, Curió e tantos outros.
Antônio Carlos Moraes Mestre Caiçara Uma das lendas da Capoeira; sua história mais parece tirada de livros de ficção. Numa época em que o Pelourinho não tinha o glamour de hoje, Mestre Caiçara ditava as regras num território de prostitutas e cafetões; de traficantes e malandros. Todos tinham que pedir a sua benção. Gravou um dos principais discos da Capoeira Angola onde exemplifica os diversos toques de berimbau, além de cantar ladainhas e sambas de roda. Faleceu em agosto de 1997. João Pereira dos Santos Mestre João Pequeno Aluno do Mestre Pastinha e um dos mais antigos e importantes mestres da Capoeira Angola em atividade. Pela academia do Mestre João Pequeno, no Centro Histórico de Salvador, passaram alguns dos principais angoleiros da nova geração. É possível vê-lo quase todas as noites jogando e ensinando a tradicional arte da Capoeira. Academia de Capoeira Angola de Mestre João Pequeno Centro de Cultura Popular Forte de Santo Antônio - Santo Antônio além do Carmo Salvador – Bahia
João Oliveira dos Santos Mestre João Grande Phd Honoris Causa. Um dos principais díscipulos do mestre Pastinha. Por mais de 40 anos o Mestre João Grande tem praticado e ensinado Capoeira Angola. Ele viajou para África, Europa e América do Norte, onde ensina atualmente, em sua academia na cidade de New York. De lá ele continua mantendo o intercâmbio com a Bahia e acompanhando a movimentação da Associação Brasileira de Capoeira Angola
[editar] Capoeira Regional
Mestre Bimba (Manuel dos Reis Machado): criador da capoeira regional
Mestre Eziquiel: aluno de Bimba, divulgou a capoeira pelo mundo e foi um de seus maiores cantadores e compositores.
Mestre Capixaba: fundador da A.C.A.P.O.E.I.R.A.. Considerado por Mestre João Grande uns dos maiores mestres vivos. Difundiu e difunde a capoeira nos cinco continentes.
[editar] Outros
Mestre Peixinho: mestre do Rio de Janeiro, Marcelo Azevedo Guimarães é um dos grandes mestres da capoeira comtemporânea, fundador do Centro Cultural Senzala de Capoeira, com sede no bairro do Leme. É também um dos fundadores do Grupo Senzala. Mestre peixinho também é muito lembrado por seus jogos de capoeira, demonstrando sempre muita destreza e técnica, tendo, em um de seus jogos mais memoráveis, aplicado o movimento de "desaparecer no ar".
Mestre Mão Branca: mestre mineiro que propaga a capoeira para mais de 22 países por meio de seu grupo Capoeira Gerais.
Mestre Camisa: divulgador da capoeira no exterior, principalmente na Alemanha e na França.
Camafeu de Oxossi: foi um mestre de capoeira e figura de destaque no Candomblé baiano.
Mestre Celso Carvalho Nascimento: sendo lhe atribuído um estilo único, é o mais antigo capoeirista do Rio de Janeiro em atividade.
Mestre Burguês: fundador da Federação Paranaense de Capoeira em 1985, teve 19 CDs de capoeira editados.
Mestre Suassuna: fundador do CDO e um dos pioneiros da Capoeira em São Paulo. Gravou um dos primeiros discos de capoeira.
Mestre Suíno: fundador do Grupo Candeias, é o principal desenvolvedor da Capoeira em Goiás. Autor de cinco livros sobre a história da Capoeira.
Mestre Tiziu: fundador da Associação Capoeira Anjos Cordel Vermelho Italia, divulgador da capoeira na Europa, fundador e atual Presidente da Federação Italiana Capoeira F.I.CAP [1]
Mestre Sombra: Roberto Teles de Oliveira, sergipano, há mais de 30 anos radicado em Santos, pioneiro da capoeira na Baixada Santista. Fundador da Associação de Capoeira Senzala de Santos, possui vários alunos formados - entre eles, o mestre Valtinho, o mestre Sombrinha, o mestre Paulo, o mestre Parada e o mestre Bahia -, todos atuantes, ora em sua própria associação, ora à frente de associações filiadas, tanto no Brasil (em quase toda a Baixada Santista, também em Apucarana - PR, Goiânia - GO e Tijucas - SC), quanto no exterior (França e Inglaterra).
Mestre Penteado: Rildo da Silva, Cearense pratica capoeira a 28 anos. Viajou ate 14 paises pelo mundo propagando a capoeira. Aluno do Mestre Suassuna, faz parte do Grupo Cordao de Ouro. E hoje ministra classe em USA, California. Tambem ministra worshops pelo mundo inteiro, contato www.cdoriverside.org.
[editar] Música

Os berimbaus que regem a capoeira.
A música é um componente fundamental da capoeira. Foi introduzida como forma de ludibriar os escravizadores, fazendo-os acreditar que os escravos estavam dançando e cantando, quando na verdade também estavam treinando golpes para se defenderem. Ela determina o ritmo e o estilo do jogo que é jogado durante a roda de capoeira. A música é composta de instrumentos e de canções, podendo o ritmo variar de acordo com o Toque de Capoeira de bem lento (Angola) a bastante acelerado (São Bento Grande). Muitas canções são na forma de pequenas estrofes intercaladas por um refrão, enquanto outras vêm na forma de longas narrativas (ladainhas). As canções de capoeira têm assuntos dos mais variados. Algumas canções são sobre histórias de capoeiristas famosos, outras podem falar do cotidiano de uma lavadeira. Algumas canções são sobre o que está acontecendo na roda de capoeira, outras sobre a vida ou um amor perdido, e outras ainda são alegres e falam de coisas tolas, cantadas apenas para se divertir. Os capoeiristas mudam o estilo das canções frequentemente de acordo com o ritmo do berimbau. Desta maneira, é na verdade a música que comanda a capoeira, e não só no ritmo mas também no conteúdo. O toque Cavalaria era usado para avisar os integrantes da roda que a polícia estava chegando; por sua vez, a letra é constantemente usada para passar mensagens para um dos capoeiristas, na maioria das vezes de maneira velada e sutil.
Os instrumentos são tocados numa linha chamada bateria. O principal instrumento é o berimbau, que é feito de um bastão de madeira envergado por um cabo de aço em forma de arco e uma cabaça usada como caixa de reverberação. O berimbau varia de afinação, podendo ser o Berimbau Gunga (mais grave), Médio (médio) e viola (mais agudo). Os outros instrumentos são: pandeiro, atabaque, caxixi e com menos freqüência o ganzá e o agogô.
[editar] Toques de capoeira
Os diferentes ritmos utilizados na capoeira, como tocados no berimbau, são conhecidos como toques; estes são alguns dos toques mais comumente utilizados:
Angola
São Bento Grande de Bimba
São Bento Grande de Angola
São Bento Pequeno
Iúna
Cavalaria
Samango
Santa Maria
Benguela
Amazonas
Idalina
Regional de Bimba
[editar] A dança na capoeira
O batuque, maculelê, puxada de rede e samba de roda são danças (manifestações culturais) fortemente ligadas à capoeira.
[editar] Roda de capoeira regional
A roda de capoeira é um círculo de pessoas em que é jogada a capoeira.
Os capoeiristas se perfilam na roda de capoeira batendo palma no ritmo do berimbau e cantando a música enquanto dois capoeiristas jogam capoeira. O jogo entre dois capoeiristas pode terminar ao comando do capoeirista no berimbau ou quando algum capoeirista da roda entra entre os dois e inicia um novo jogo com um deles.
Em geral a capoeira não busca destruir o oponente, porém contusões devido a combates mais agressivos não são raras. Entretanto, de maneira geral o capoeirista prefere mostrar sua superioridade "marcando" o golpe no oponente sem no entanto completá-lo. Se o seu oponente não pode evitar um ataque lento, não existe razão para utilizar um golpe mais rápido.
A ginga é o movimento básico da capoeira, é um movimento de pernas no ritmo do toque que lembra uma dança, porém capoeiristas experientes raramente ficam gingando pois estão constantemente atacando, defendendo, e "floreando" (movimentos acrobáticos). Além da ginga são muito comuns os chutes em rotação, rasteiras, golpes com as mãos, cabeçadas, esquivas, saltos, mortais, giros apoiados nas mãos e na cabeça, movimentos acrobáticos e de grande elasticidade e movimentos próximos ao solo.

roda de capoeira

roda de capoeira

roda de capoeira

roda de capoeira
[editar] Golpes e movimentos da capoeira

Movimentos da capoeira.
Embora os nomes dos golpes de capoeira variem de grupo para grupo, alguns dos principais são:
Armada

Baiana
Banda
Benção
Cabeçada
Chapa
Galopante
Macaco
Martelo
Martelo Cruzado
Meia-lua
Meia-lua de compasso
Meia-lua de frente
Pisão
Ponteira
Queixada
Rabo-de-arraia
Rasteira
Ponte
Giro de mão
Quebra de rins
Esquiva
Esquiva com rolê
Giro de cabeça
Ginga
[editar] Estilos de capoeira
[editar] Angola
A Angola é o estilo mais próximo de como os negros escravos jogavam a Capoeira. Caracterizada por ser mais lenta, porém rápida, movimentos furtivos executados perto do solo, como em cima, ela enfatiza as tradições da Capoeira, que em sua raiz está ligada aos rituais afro-brasileiros, caracterizado pelo Candomblé, sua música é cadenciada, orgânica e ritualizada, e o correto é estar sempre acompanhada por uma bateria completa de 08 instrumentos.
A designação "Angola" aparece com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram designados na chegada ao Brasil de "Negros de Angola", vide ABC da Capoeira Angola escrito pelo Mestre Noronha quando ele cita o Centro de Capoeira Angola Conceição da Praia, criado pela nata da capoeiragem baiana no início dos anos 1920. Mestre Pastinha (Vicente Ferrera Pastinha) foi o grande ícone do estilo. Grande defensor da preservação da Capoeira Angola, inaugurou em 23 de fevereiro de 1941 o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA). Dos ensinamentos do Mestre Pastinha foram formados grandes mestres da capoeiragem Angola, a exemplo dos Mestres: João Pequeno, João Grande, Valdomiro Malvadeza, Albertino da Hora, Raimundo Natividade, Gaguinho Moreno, 45, Pessoa Bá-Bá-Bá, Trovoada, Bola Sete, dentre outros que continuam transmitindo seus conhecimentos para os novos angoleiros, como Mestre Morais.
É comum a primeira vista ver o jogo de Angola como não perigoso ou não elaborado, contudo o jogo Angola se assemelha ao xadrez pela complexidade dos elementos envolvidos. Por ter uma sistemática estruturada em rituais de aprendizado completamente diferentes da Regional, seu domínio é muito mais complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo mas também características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação, a teatralização, a mandinga e/ou mesmo a brincadeira para superar o oponente. Um jogo de Angola pode ser tão ou mais perigoso do que um jogo de Regional.
[editar] Regional
A capoeira regional foi criada por Mestre Bimba em Manuel dos Reis Machado, (1900-1974)
Bimba criou sequências de ensino e metodizou o ensino de capoeira. Inicialmente, Bimba chamou sua capoeira de "Luta regional baiana", de onde surgiu o nome regional.
Manoel dos Reis Machado, conhecido por ser um habilidoso lutador nos ringues, e inclusive, ser um exímio praticante da capoeira Angola, procurou fazer com que a capoeira tivesse uma maior força como luta e fez isto incorporando a ela novos golpes. Um fato que é conhecido, é de que Bimba teria incorporado golpes do batuque, uma luta já extinta, que era rica em golpes traumáticos e desequilibrantes. Inclusive, sabe-se que o pai de Mestre Bimba era praticante desta luta.
Há muita discussão também sobre se Bimba teria ou não absorvido golpes de outras lutas, como judô, o jiu-jitsu, a luta livre e o savate, luta de origem francesa, para compor sua capoeira Regional. Entre os velhos mestres, essa é a opinião vigente, mas, apesar disso, eles não acham que este fato seja negativo ou descaracterizador.
A Regional surgiu por volta de 1930. Mas Mestre Bimba se preocupou não só em fazer com que a capoeira fosse reconhecida como luta, ele também criou o primeiro método de ensino da capoeira, as "sequências de ensino" que auxiliavam o aluno a desenvolver os movimentos fundamentais da capoeira.
Em 1932, foi fundada por Mestre Bimba a primeira academia de capoeira registrada oficialmente, em Salvador, com o nome de "Centro de Cultura Física e Capoeira Regional da Bahia".
Das muitas apresentações que Mestre Bimba fez, talvez a mais conhecida tenha sido a ocorrida em 1953, para o então presidente Getúlio Vargas, ocasião em que teria ouvido do presidente: "A capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional."
Na academia de Mestre Bimba, a rigorosa disciplina que vigorava determinava três níveis hierárquicos: "calouro", "formado" e "formado especializado". Uma das maiores honras para um discípulo era poder jogar Iúna, isto é, jogar na roda de capoeira ao som do toque denominado Iúna, executado pelo berimbau. O jogo de Iúna tinha a função simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros. A única peculiaridade técnica do jogo de Iúna em relação aos jogos realizados em outros momentos no ritual da roda de capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe ligado no desenrolar do jogo, além do fato de destacar-se pela maior habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de Iúna era praticado apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros instrumentos o que reforçava seu caráter solene. Ao final de cada jogo, todos os participantes aplaudiam os capoeiristas que saíam da roda.
A Regional é mais recente, com elementos fortes de artes-marciais em seu jogo. A Regional (Luta Regional Baiana) tornou-se rapidamente popular, levando a Capoeira ao grande público e mudando a imagem do capoeirista tido no Brasil até então como um marginal. Seu jogo é mais rápido, mas também existem jogos mais lentos e compassados. Apesar do que muitos pensam, na capoeira regional não são utilizados saltos mortais, pois um dos fundamentos da capoeira regional, segundo Mestre Bimba é manter no mínimo uma base ao solo (um dos pés ou uma das mãos). O forte da capoeira regional são as quedas, rasteiras, cabeçadas.
Em toques rápidos como São Bento Grande de Bimba se faz um jogo mais rápido, porém sempre com manobras de ataque e defesa (importante ressaltar que todos os golpes devem ter objetivo), mas sempre respeitando o camarada vencido (parar o golpe se perceber que ele machucará o parceiro, mostrando assim sua superioridade e humildade diante do camarada). Ambos os estilos são marcados pelo uso de dissimulação e subterfúgio - a famosa mandinga - e são bastante ativos no chão, sendo frequentes as rasteiras, pontapés, chapas e cabeçadas.
[editar] Capoeira Contemporânea
Foi criada na década de 70 por rapazes do Rio de Janeiro que certa vez viram um capoeirista brigando numa festa e ficaram fascinados. Tentaram então aprender a arte na periferia carioca, único lugar onde poderiam encontrar capoeiristas, porém não foram aceitos por serem de classe média. Decidiram, então, uma vez por ano, viajar para a Bahia e cada um começou a treinar com um mestre diferente. Na volta passavam os conhecimentos adquiridos uns para os outros e criaram um novo estilo conhecido como Contemporâneo. Os rapazes montaram um grupo com nome de Senzala e participaram de um campeonato com vários capoeiristas, vencendo-o.
[editar] Sistema oficial de graduação da Confederação Brasileira de Capoeira
A- Graduação Infantil (até 14 anos)
1º iniciante: sem corda ou sem cordão
2º batizado infantil: cinza claro e verde
3º graduado infantil: cinza claro e amarelo
4º graduado infantil: cinza claro e azul
5º intermediário infantil: cinza claro, verde e amarelo
6º avançado infantil: cinza claro, verde e azul
7º estagiário infantil: cinza claro, amarelo e azul
8º Formado infantil:cinza claro,verde,amarelo e azul
B- Graduação Adulta (a partir de 14 anos)
9º iniciante: sem corda ou cordão
10º batizado: verde
11º graduado: amarelo
12º graduado: azul
13º intermediário: verde e amarelo
14º avançado: verde e azul
15º estagiário: amarelo e azul
C- Docente de capoeira
16º estágio - Formado: verde, amarelo e azul
17º estágio - Monitor: verde e branco
18º estágio - Professor: amarelo e branco
19º estágio - Contra-mestre: azul e branco
20º estágio - Mestre: branco
Obs: Após a 8º graduação o aluno formado infantil passa para a 10º graduação que é a primeira corda adulta, corda verde, em alguns casos (dependendo de seu desempenho) pode pegar a 11º que é a corda amarela, segunda corda adulta.
[editar] Repressão
Decretado por marechal Deodoro da Fonseca o Decreto Lei 487 dizia que: A partir de 11 de Outubro de 1890 todo capoeira pego em flagrante seria desterrado para a Ilha de Fernando de Noronha por um período de dois a seis meses de prisão. Parágrafo único: É considerada circunstância agravante pertencer o capoeira, a alguma banda ou malta, aos chefes impor-se-á a pena em dobro.
Os capoeiristas costumavam usar calças boca de sino e no período em que a capoeira ficou proibida por lei (1890-1937) a polícia, para detectar os capoeiristas, colocava um limão dentro das calças do indivíduo. Se o limão saísse pela boca das calças, a pessoa era considerada capoeirista.
Em 1824, os escravos que fossem pegos praticando capoeira recebiam trezentas chibatadas e eram enviados para a Ilha das Cobras para realizar trabalhos forçados durante três meses.
3 de agosto - Dia do capoeirista
Uma lei estadual de São Paulo de 1985 instituiu o Dia do Capoeirista.
[editar] Curiosidades
As primeiras mestras de Capoeira Angola surgem somente no início do século XXI, sendo representadas pelas Mestras Janja e Paulinha, discípulas de Mestre Morais, Cobra Mansa e João Grande e atualmente líderes (junto ao Mestre Poloca) do Grupo Nzinga de Capoeira Angola[2]
Mestre Pastinha começou a treinar capoeira por intermédio de um africano que o viu apanhar de um rival em sua infância.
Mesmo depois de perder a visão mestre pastinha era temido por quem estava jogando com ele.
Foi mestre Pastinha que falou a famosa frase "A capoeira é Mandinga, é manha, é malícia, é tudo o que a boca come"
Dos 50 golpes bem aplicados da capoeira que Mestre Bimba ensinou, 22 eram mortais.
Em 1930, o famoso caratê não era conhecido na Bahia.
Mestre Bimba foi o Capitão da Navegação Baiana.
Mestre Bimba teve sua primeira escola de capoeira Angola, em 1918 com apenas 18 anos, obtendo apenas em 1937 o alvará da Academia de Capoeira Regional.
Segundo Mestre Noronha, o berimbau em seu tempo, era uma arma maligna e mortal. A verga (o pau do berimbau), era usado como cassetete e a varinha servia para furar os olhos do adversário que tivesse má conduta. Na época em que a capoeira era proibida.
Segundo Luis Edmundo, nos fins do século XVIII, no Rio de Janeiro, as aventuras dos capoeiras eram de tal jeito que o governo, através da portaria de 31 de outubro de 1821, estabeleceu castigos corporais e outras medidas de repressão à prática de capoeira.
Na Bahia, de acordo com Manuel Querino, os capoeiristas se distinguiam dos demais negros porque usavam uma argolinha de ouro na orelha, como insígnia de força e valentia, e o nunca esquecido chapéu à banda.
Os capoeiristas eram contratados pelos políticos para bagunçar no dia das eleições. Enquanto as pessoas desviavam a atenção para a confusão dos capoeiras um indivíduo colocava um maço de chapas na urna ou na linguagem da época "emprenhava a urna". Vencia as eleições o candidato que dispunha de maior n.º de capoeiras.
Milhares de capoeiristas foram para a Guerra do Paraguai, pois havia sido prometida a liberdade no final do conflito àqueles que participassem da batalha.
Mestre Bimba é o mestre da capoeira regional.
Antes do arame, o "fio" do berimbau era feito de tripas de animais.
Nos EUA os negros e latinos faziam danças no solo inspiradas na capoeira. Essas danças ficaram conhecidas como "lofting" e auxiliaram a dar origem à dança chamada house dance. Grandes dançarinos de house, como Ejoe Wilson e Brooklyn Terry, praticaram a capoeira.